quinta-feira, julho 22, 2010

Sobre antídoto.

- O título é um verso do poema "Versos Íntimos", de Augusto dos Anjos-

"A mão que afaga é a mesma que apedreja"




Enfraquecida

Semi-cega, perdida no seu olhar.

Atenho-me a ver só o que você vê.

E o que você vê às vezes é tão cruel...

Envenenada pelas suas pressuposições

Fez-me pensá-las como verdade.


Suas injúrias, seus rótulos.

Sua maldade nas palavras,

Sua mente parada no tempo.

Como caminhar acorrentada à sua falta de propósitos?

Como crescer se você não nos permite?


Sinto frio.

E aquela tal luz deixa meus olhos.

É o fim que eu estava pré-destinada.

A falta de amor próprio me dará o golpe final.

Uma última lágrima desce pelo rosto envergonhado pelo fracasso e culpa.

E no momento do desespero...

Eis que sinto uma presença familiar

É você correndo com o antídoto para me salvar.


E do seu largo sorriso fez-se o meu.

A força volta e me faz caminhar...

Caminhar ao seu lado, daquela nossa forma fálica e desajeitada.

Você tem todas as respostas antes de eu perguntar.

O seu olhar que me intimida e que eu traduzo sem nem me esforçar.

E me falta o ar. E me faz voar.

E por fim... Me abraças....e vem o perfume.

Curando-me, o antídoto para todo e qualquer mal.

Porque você sabe do que eu sinto antes que eu sinta.

Me tira de órbita e pulveriza toda minha dor.


E que se for para ser assim

Me envenenando, me curando

Me odiando, me amando

Crescendo ao meu lado

Fazendo-me a mais feliz das felizes

E dando-me vontade de respirar

Que assim seja e será.

E se eu tiver que errar e acertar que seja ao seu lado.

Se for pra sofrer, que eu tenha você para me alegrar.

Porque nada nunca será tão bom quanto você, meu amor...

Me ferindo, me curando

E me fazendo continuar...



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